quinta-feira, 31 de julho de 2014

9. Minha Família – The Big Apple



Tic-tac, tic-tac, tic-tac...
 Eu aos poucos me acostumava com o silêncio daquele apartamento, mas, se acostumar, não significa que doa menos. 
Nicholas havia ficado comigo durante todo o tempo, mas isso não acalmava a situação. Eu estava sem meu pai e agora sem meus irmãos também, tudo se encaminhava para um desastre.


_ Ah não. – disse Nicholas, olhando a tela do computador, estava lendo seus e-mails do trabalho. _ Me escalaram para fotografar a festa de natal do governador esse ano. – disse.
_ Você odeia quando te pedem para fotografar esses tipos de eventos. – lembrei-me.
_ Acho que vou recusar. – falou.
_ Mas você também me disse que é o tipo de trabalho melhor remunerado nessa sua profissão.
_ É, mas... Sei lá, queria passar esse natal aqui. – falou. _ Fora que está muito encima da hora, dez da noite eu tenho que já estar lá.
_ Te mandaram esse e-mail só hoje? – perguntei.
_ Não. – respondeu. _ Foi há três dias, mas ainda assim, eu só li hoje, é isso que conta.
_ Vai Nick, nem mesmo vamos ter natal aqui nesse ano mesmo. – dei de ombros.
_ E é mais um motivo para eu ficar aqui. – falou.
_ Vai, eu vou ficar bem. – ele fez uma careta. _ Não perde essa oportunidade por mim não.

No final das contas Nicholas aceitou tirar as fotos na festa, enquanto ele começava o lento processo de limpar as lentes de suas maquinas fotográficas, super profissionais e caras, eu fui para meu quarto. Pela primeira vez desde semana passada eu liguei o computador e entrei em minhas redes sociais, ainda não sei se foi a melhor opção, o monte me mensagens de força me fizeram bem e mal ao mesmo tempo, as palavras eram reconfortantes, mas também era como uma maquina do tempo, me levava diretamente para o velório de meu pai, a última vez que o vi.
Meu celular vibrou no criado mudo, peguei-o e era uma mensagem de Joseph. Confesso que pensei que ele nunca mais voltaria a falar comigo, mas cá estava ele novamente.
                      “Próximo da lista, diga apenas sim ou não (sim, se for suspeito, não, se não for): Andrea Lonis”
Andrea Lonis era a secretaria do meu pai que havia sido demitida três semana antes de sua morte, pois, descobriu-se que ela estava vazando informações confidenciais do banco para outras pessoas, como investidores e pessoas de outros bancos. Não sei se ela teria coragem de matar meu pai, mas ela era uma mulher perigosa.
                      “Sim” – Respondi.
                      “Certo, próximo: Henry Black.”
Henry Black é um ex investidor do banco de meu pai, tirando o pai de Camilla, ele era o que mais investida. Porém, por ironia do destino, ou não, resolveu que não iria só investir em banco para acumular riquezas, mas que também iria apostar em jogos, infelizmente não se deu muito bem nessa nova empreitada, vendo que estava perdendo todo seu dinheiro, recorreu ao banco de meu pai em busca de um empréstimo, meu pai deu o empréstimo, mas Henry não conseguiu pagar as prestações, e teve sua conta cancelada e seus bens tomados.
                      “Sim”
                      “Mariah Benvides”
Mariah Benvides é a prima de segundo grau de Lara, essa história já mais complicada, já que, quando aconteceu, eu ainda era muito pequena, só sei que Mariah se apaixonou por meu pai antes de Lara, mas, como dá para perceber, foi Lara que se casou com meu pai, e isso causou um grande reboliço na família. Ainda assim não creio que o ressentimento tenha sido tão forte e tão duradouro.
                      “Não” – respondi. “Você gostaria de vir aqui?” – perguntei. Eu queria saber o porque de suas suspeitas e como ele as conseguiu, pois, muitas delas foram particulares, nunca saiu na imprensa nada sobre Mariah ou sobre Andrea.
                      “Quero passar o natal vivo” – respondeu.
                      “Prometo não te matar, já me conformei com o fato de você ser quem é” – falei.
                      “Sabia que você não ia resistir ao meu charme”
                      “Não é pra tanto, é só que prefiro que seja uma conversa cara a cara, não te contratei para ficar trocando mensagens comigo” – reclamei.
                      “Em uma hora estarei aí.” – disse.
                      “Ok” – respondi.
Desliguei meu notebook, e levantei-me, eu tinha uma hora para ir de lixo ambulante a alguém apresentável, afinal de contas, não seria nada legal Joseph chegar aqui e me ver com: os olhos inchados, cabelo desarrumado, e com uma blusa que é três vezes o meu tamanho.
Tomei um banho e lavei a cabeça o mais rápido possível, escovei meus dentes, e me enrolei na toalha. Fui para meu quarto e tremi de frio, tinha deixado a minha janela do quarto aberta e o vento frio após ter saído de um banheiro quentinho não foi nada agradável. Levei mais uma jatada de vento frio quando me aproximei da janela para fecha-la.
Voltei-me para meu armário e coloquei uma calça de malha preta, ela é mais junta, então não fica ruim, e fora que eu estou em casa, e a ordem do dia é ficar confortável e não super produzida.  Coloquei uma blusa vermelha de manga, que tem três botões, deixei os três abertos e peguei uma blusa de lã preta quem tenho já nem sei a quantos anos, mas que nunca deixou de ser confortável.  Dei uma secada no meu cabelo, já que a combinação de frio mais cabelo molhado não traria bons resultados.


_ Você já está indo? – perguntei, ao ver Nick na sala. _ Vou aproveitar uma carona com Pablo, e fora que vou ter que olhar as condições de luz de lá...
_ O Pablo já está indo não é? – perguntei, esquecendo-me que hoje era véspera de natal, todos iriam mais cedo para suas casas.
 _ É, todos já foram, só ele ainda está aqui. Eu pedi para Karla deixar uma refeição já pré-feita, assim que eu chegar dessa festa, nós esquentamos tudo e teremos nosso natal. – sorriu grande. Eu correspondi.
_ Vai demorar muito para chegar? – perguntei. Ele coçou a cabeça e fez cara feia.
_ É.
_ Esse é significa quantas horas? – perguntei com a mão na cintura.
_ Umas quatro ou cinco da manhã. – falou. _ É uma ótima hora para começar um jantar de Natal, te juro, já fiz isso outras vezes e olha que a comida era ruim, e não comida da Karla. – falou e eu sorri.
_ Será legal tentar, só não sei se eu conseguirei acertar o garfo na boca, já que nessa hora eu já estou desmaiada na cama. – falei.
_ Eu te acordo. – falou e riu.
_ Não se atreva. – gargalhei.
_ Lembre-se, Natal é um dia de paz, não se pode bater no primo. – falou de um jeito que me lembrou de quando eu era pequena e as professoras ditavam as regras da escolinha, tipo: Não bater nos amiguinhos, não mostrar a língua, levantar a mão quando quiser falar...
_ Lembre-se – comecei a falar, imitando-o. _ Natal é um dia de paz, não se pode acordar a prima. – ele gargalhou.
_ Mas é muito preguiçosa viu (?) – disse gargalhando fraco.
_ Eu não sou preguiçosa, só acho que o sono de qualquer pessoa deve ser respeitado.
_ Claro. – falou ironicamente.
_ Nem adianta negar, você sabe que concorda comigo. – falei e ele só sorriu.

_ Senhor Nicholas, eu já estou indo, o senhor quer que eu te leve a festa mesmo? – perguntou.
_ Ah, sim, quero. – respondeu atrapalhado e virou-se para mim. _ As meia noite em ponto eu te ligarei ok? – disse me abraçando. _ Não esteja dormindo. – beijou-me no topo da cabeça.
_ Tenha uma boa festa Nick.
_ Tenha um bom... – ele hesitou sem saber o que dizer. _ Uma boa noite. – sorriu e eu correspondi. Deixei-o ir sem falar de Joseph, sabia que se falasse ele iria implicar e acabar ficando.

Eu não sei exatamente o que significa uma hora no mundo de Joe, mas no meu mundo uma hora significa sessenta minutos, e não oitenta minutos ou mais. Eu estava andando de um lado para o outro da sala, pronta para atender o interfone do porteiro perguntado se eu permitiria a entrada de Joseph, mas nada, nem sinal daquele homem. Fui ao meu quarto, peguei meu celular para ver se ele tinha desistido de vir e, nada, nenhuma mensagem.

Voltei para a sala a passos lentos, mas assim que escutei o interfone comecei a correr feito uma louca.
_ Sim.
_ Joseph Jonas quer subir. – falou.
_ Pode deixar passar. – respondi e o porteiro desligou a chamada, ele sempre era assim, economizava o máximo de palavras e gentilezas possíveis.
Foi diretamente abrir a porta, quanto menos enrolação, melhor seria. Não demorou muito para que as portas do elevador se abrissem e mostrasse uma figura cômica. Cabelos molhados grudados na testa e nuca, o casaco preto pingando no carpete do corredor, e ao andar seu sapato fazia um barulho engraçado, ele estava totalmente encharcado.
_ Parece que a neve veio acompanhada de chuva desta vez.



_ Quer mais? – perguntei a Joseph, ele ainda tremia um pouco, mesmo eu tendo dado as roupas de Nick (que coube perfeitamente nele) para ele se trocar e secado o cabelo dele com um secador, o que foi bem hilário, pois ele, no inicio, se recusou a deixar que eu fizesse, mas após ter uma crise de espiro e perceber que passar a toalha não estava adiantando muito, deixou. Até que ele estava certo em não me deixar querer secar seu cabelo, pois agora ele está com um cabelo de Emo ou se preferir no melhor estilo Justin Bieber no começo de carreira, só que moreno. Eu tinha feito chocolate quente para ele (e para mim também, claro) e ele havia tomado seu copo sem pestanejar.
_ Tem mais? – perguntou.
_ Quando se trata de chocolate eu não economizo.  – respondi. E ele sorriu e entregou-me seu copo para que eu posse mais para ele.
Fui a cozinha, e coloquei mais tanto para mim quanto para ele. Voltei e ele estava sentado, meio espremido no canto do sofá.
_ Quer que eu aumente o aquecedor? – perguntei, entregando-lhe o copo.
_ Não precisa, eu já estou melhor. – falou. Sentei-me a seu lado.
_ E então? Quais são os próximos da lista? – perguntei.
_ Ah sim. – disse pegando sua maleta que estava no chão ao seu lado. Ele tirou o mesmo bloquinho da última vez, que, surpreendentemente, estava completamente seco e o abriu. A Lista agora estava cheio de anotações, feitas em letras minúsculas, tanto que não consegui ler, só sabia que eram palavras. _ Bob Labealth. – falou.
Labealth é definitivamente um suspeito, rico, já foi acusado de vários crimes: Direção perigosa; assedio sexual, agressão a dois funcionários e desacato a autoridade. Como sempre teve bons advogados, sempre escapou na melhor, a maior pena que ele já pegou foi fazer trabalho voluntario por três meses. Meu pai e Bob nunca foram amigos, na época que meu pai começou a comprar parte do banco, Labealth era um dos donos, tinha cerca de 20% do banco. Meu pai conseguiu 28% do banco, na mesma época de Bob foi acusado de assedio sexual sua primeira medida foi tentar tira-lo do banco, alegando que o escândalo do qual ele estava envolvido afastaria os investidores. Bob tinha influencia, mas meu pai tinha mais poder que grande parte dos outros donos, e com isso Labealth foi expulso. Naquela época Bob jurou vingança. Demorou, mas talvez tenha cumprido.
_ Acho que de todos, ele é o maior suspeito.
_ Também acho. – disse e fez um ‘+’ ao lado de seu nome. _ Gabriel Couric.
Gabriel trabalha no banco e vive se metendo em confusões por lá, ele é um dos proprietários de um das sedes do banco aqui em Nova Iorque, o maior deles, diga-se por sinal. Ele nunca escondeu sua ganância, sempre quis conquistar mais espaço entre os outros proprietários, mas nunca conseguiu, pois, ele é ótimo em economia, mas péssimo em outras áreas. Uma vez Gabriel quase conseguiu comprar uma segunda sede do banco, mas meu pai, sabe se lá porque, vetou a venda. Gabriel ficou furioso e houve uma briga conturbada entre os dois. Pode parecer estupido e não render tal suspeita, mas isso tudo aconteceu a uma semana antes da morte de meu pai, Gabriel poderia muito bem ter feito isso, a reunião que meu pai falou, poderia muito bem ter sido com Gabriel, os dois ainda estavam discutindo naquela época.
_ Sim, Gabriel também é um ótimo suspeito. – falei.
_ Não tenho tanta certeza, apesar da história de briga entre os dois, Gabriel me parece um babaca. – falou.
_ Ainda assim, eu não conheço muito Gabriel, mas ele estava com um ódio de meu pai. – falei. _ E meu pai disse que teria uma reunião, podia ser muito bem com Gabriel. Eles sempre estavam tendo reuniões, Gabriel queria que meu pai mudasse de ideia, e eles sempre acabavam brigando no final. Poderia muito bem ser essa a situação.
_ É, sem duvidas um ótimo suspeito. – falou e também fez um ‘+’ ao lado de seu nome. _ último da lista: Wilmer Valderrama. – falou.
Wilmer Valderrama, único proprietário do segundo maior banco do País, e maior inimigo de meu pai, ambos nunca se deram bem, nem mesmo se deram uma chance. Wilmer é conhecido por ser ótimo no gatilho, pois passa todos os seus finais de semana caçando. Apesar de os dois não terem históricos de brigas, Valderrama ainda é um suspeito a ser levado a serio.
_ Sim. – respondi apenas. Naquele momento deu um pique de luz. Assustei-me. A luz voltou por alguns segundos, mas logo se apagou novamente. Desta vez não voltou.
_ Acho que a tempestade prejudicou a energia. – falou.
_ Aff. Ótimo dia para isso acontecer. – falei, por causa da tempestade o dia parecia mais escuro o que realmente deveria estar. Eu quase não enxergava Joseph a minha frente.
_ Acho que não tem como continuar.  – concluiu. _ Terei que ir para minha casa. – falou.
_ Não sei como. – falei.
_ Como assim?
_ Não tem como você sair daqui. – falei ele desbloqueou a tela do seu celular, dando uma pequena luminosidade no ambiente.
_ O que você disse? – perguntou sem crer em minhas palavras.
_ O elevador não funciona sem luz. – respondi.
_ Eu desço de escada.
_ Não tem escada.
_ Que? Como assim não tem escada? – levantou-se. _ Se acontecer um incêndio o que vocês fazem? Morrem?
_ Dizem que o elevador daqui tem alguma proteção contra incêndio então não seria perigoso pega-lo em meio a um incêndio. Eu nunca testei e não pretendo também. – sua expressão era engraçada, parecia descrente, confuso e com raiva.
_ Você só pode estar brincando com minha cara.
_ Nope. – respondi. Aparentemente minha calma só o irritava mais. É meu amigo, o mundo dá voltas...
_ Aqui não tem gerador de energia?
_ Ummm
_ Você não sabe, não é? – perguntou ao ver minha hesitação em responder.
_ Se a luz voltar rápido quer dizer que sim. – falei. Ele suspirou bravo.
_ Que merda de prédio. – falou.
_ É um dos mais caros de Nova Iorque ok? – levantei-me também.
_ E ainda assim é uma merda. – quase gritou.
_ E é nessa merda que você vai ter que ficar até a luz voltar. – gritei. Ele olhou-me serio.
_ Você está fazendo isso de proposito não é? Só porque da ultima vez eu acusei seu namoradinho e sua madrasta.
_ Você realmente acha que eu ia me dar ao trabalho?
_ Você me odeia e do nada me chama aqui?
_ Eu te chamei porque eu tinha duvidas e queria que você me respondesse cara a cara! – ele desbloqueava a tela do celular toda vez que apagava, e cada vez parecia mais bravo.
_ Aé? Então cadê as perguntas? – perguntou. Oops.
_ Se você acha que eu estou mentido, fique a vontade, vá lá fora, tente sair daqui, ache a escada. – nós dois nem mais falávamos, mas sim gritávamos.
_ Pois é isso que eu vou fazer. – disse e se dirigiu para fora estressado. Deixei-o ir sem segui-lo, queria ver ele quebrar a cara e voltar todo arrependido pedindo abrigo.

Um minuto...

Dois minutos...

Três minutos...

Quatro minutos...

Cinco minutos...
Será que ele tinha conseguido sair daqui?
Fui até a porta e encontrei-o sentado (lê-se jogado), no chão do corredor, claramente derrotado.
_ Eu avisei. – falei.
_ Eu sei. – disse entre dentes.
_ E porque não entrou de volta? – perguntei.
_ Para não te dar o prazer de falar – fez uma breve pausa. _ “Eu avisei”.
_ Eu falei do mesmo jeito. – sorri.
_ Percebi. – ficou mais bravo ainda.
_ Ei, nós vamos ter que nos dar bem, e já que você vai ter que ficar aqui...
_ Não obrigado.
_ Acalme-se estressadinho... O aquecedor do prédio todos está desligado, você deve estar morrendo de frio, mesmo estando agasalhado. – falei. _ E para nossa sorte aqui tem uma lareira que é tanto elétrica quanto manual, pelo menos podemos nos aquecer. – sorri tentando parecer convidativa, mas ele continuou com a cara de bosta. _ Eu vou fazer mais chocolate quente. – tentei melhorara a oferta. Joseph suspirou e se levantou, abri espaço para ele voltar.


Lareira ligada, canecas cheias de chocolate quente, estávamos ambos sentados no chão, lado a lado, de frente a lareira e com um silêncio meio chato... O porteiro já tinha nos informado que: O gerador tinha mantido todo o prédio com energia por uns quinze minutos, mas teve sobrecarga, já que ninguém nesse prédio economiza luz. – palavras do porteiro. Que abuso, se tivessem me avisado eu tinha desligado as coisas desnecessárias...

_ Desculpa por lhe fazer perder sua véspera de Natal aqui. – falei, tentando quebrar o gelo, já era quase oito da noite.
_ Meus pais vão me perdoar... Em algum dia... Eu espero.  – segurei o riso. _ Você ia passar o seu Natal sozinha?
_ É, com Lara e meus irmãos na praia e Nick trabalhando... – eu tive tempo o suficiente para falar sobre os últimos acontecimentos.
_ Mas e Logan? – perguntou.
_ Provavelmente esta na fazenda dos pais.
_ Provavelmente?
_ Ele sempre passa o Natal por lá.
_ Mas nesse ano, com o acontecido, teria sido legal dele ficar.
_ Eu sei. – falei. _ Na verdade eu nem sei do paradeiro dele.
_ Como assim?
_ Eu não o vejo nem falo com ele desde o velório. – Joseph não disse nada, mas eu sabia o que ele estava pensando._ Eu sei: Suspeito. – falei.
_ Demetria, quando eu falei que ele era suspeito não foi tão sério assim, minhas suspeitas com ele foram bobas.
_ Mas faz sentido, meu pai morreu e ele desaparece. Eu não acredito em coincidência Joseph...
_ Ele não tem um motivo real para matar seu pai.
_ Mas, não faz sentido o desaparecimento dele. – suspirei frustrada.
_ Você por acaso o procurou? – perguntou. Hesitei.
_ Não.
_ Então não o culpe, talvez ele esteja tentando te dar um espaço, para superar.
_ Me dando um espaço? Eu não pedi para ele me dar um espaço.
_ Mas talvez ele ache que você precisa. – falou. Suspirei.
_ Eu tentarei após o natal. – falei. Ficamos em silêncio por um tempo. _ Obrigada, pela ajuda, você dá um ótimo conselheiro amoroso. – ele riu.
_ E olha que eu odeio essas coisas de romance. – disse.
_ Isso porque você nunca se apaixonou de verdade.
_ E agradeço a Deus por isso. – falou convicto.
_ Quero estar presente no dia que você se apaixonar, só para ver a sua cara de bobo.
_ HAHA. – brincou, mas no final acabamos rindo de verdade. De repente a luz voltou, meus olhos arderam, pois a luz da lareira estava fraca e não me preparou o suficiente para a claridade que o exagerado de luzes na sala provocaria. E pelo jeito que Joseph estava piscando os olhos rapidamente, ele também sentiu o mesmo que eu.
_ Bom, acho que agora você vai poder voltar para casa... E não perdeu sua véspera de natal todo aqui. – falei e sorri, fingindo uma alegria, claro que eu queria que ele fosse, mas eu tinha gostado desse nosso momento aqui, não tínhamos brigado, conversamos pouco, mas o que conversamos foi legal, teria sido legal passar mais tempo assim com ele.
_ Pois é, levantou-se. Posso ir com a roupa do seu primo? – perguntou. Levantei-me também.
_ Claro. – Eu o acompanhei até a porta e ele já ia saindo quando se virou e propôs.
_ Você quer ir passar o natal em minha casa? Eu te trago de volta.
_ Eu? Tem certeza? – perguntei.
_ Porque não?
_ Pelo que você falou é uma festa bem particular da sua família... – falei. Ele sorriu.
_ Hoje você também poderá fazer parte da minha família.

Continua
Olá a todos, vocês devem ter percebido que não postei no dia que prometi, mas desta vez não foi por falta de criatividade ou por problema no computador, mas sim por que eu mesma quis. Sei que não sou a única escritora de fics a reclamar, mas ainda assim, isso frustra. Muitos já me disseram seus motivos, mas e os outros? Porque o número de comentários tem diminuído tanto? É a fic? Sou eu?
Eu sempre gosto de ler suas opiniões e amo receber suas sugestões, sinto muita falta de entrar aqui no blog e ter o prazer de lê-los, mas isso não está tão legal quanto antes. No último capítulo recebi dois comentários, tenho muito a agradecer a Kika e a Fabíola, por favor, não pensem que eu estou a desmerecê-las, agradeço a vocês por tirarem um pouco do seu tempo para comentar, mas eu confesso que me acostumei a receber dois comentários só no primeiro dia de postagem e não dois comentários no total.
Se for questão de tempo, eu peço então para os que não comentam que pelo menos avaliem, para quem não sabe como é só marcar nas “Reações”:   
                                            Pois pelo menos assim saberei genericamente o que vocês acharam do capítulo, não demora nem mesmo dois segundos direito, mas já vai melhorar bastante já que nem isso eu estou vendo ultimamente.
Peço perdão se estou parecendo chata, mas nesse ano eu estou fazendo o meu melhor para tentar entregar os capítulos, estou no 3º anos, o Enem tá chegando, eu tenho cursos na maioria dos dias da semana, eu escrevo no tempo que sobra entre os estudos, eu queria conseguir postar com mais frequência, mas se eu começar a escrever só por entregar, todo o prazer de escrever vai se perder, e não foi para isso que eu criei esse blog.
Não sei se o problema é a fic, sei que ela esta andando meio devagar, mas é porque eu achei que essa história precisava ser assim, já que há muitos acontecimentos, posso tentar acelera-la um pouco e diminui-la, mas isso faria com que eu cortasse alguns personagens da história, mas se vocês preferirem assim, eu faço.
Obrigada, até o próximo capítulo.




Kika: Esse são os suspeitos, pelo menos os que Joe achou, e aí, desconfia de algum? Muito obrigada por comentar. Bjssss

Fabíola: kkkk realmente ela é assim mesmo, bom, pode ser que sua mudança de ideia seja apenas um truque, o que você acha? Muito obrigada por comentar. Bjssss

segunda-feira, 21 de julho de 2014

8. De braços abertos – The Big Apple



Super Divulgação: http://historiasdasilvia.blogspot.com.br/ < super indico esta fic.


Mais uma vez eu me olhava naquele espelho e me fazia a mesma pergunta, você vai conseguir sobreviver pelas próximas 6 horas?
Uma blusa de frio branca de gola alta, um casaco por cima, preto, calça jeans, bota preta, cabelo solto, era incrível como eu parecia mais velha, era como se eu tivesse dormido uma garotinha e acordado uma mulher, para onde foi à garotinha? Eu a queria de volta.


Madame Catherine College¹ não é uma faculdade muito concorrida, talvez os poucos cursos que oferece atrapalhe o seu crescimento, mas também, um prédio estilo gótico de quatro andares, bem em E 33rd St com a 5th Ave, espremidos entre os outros edifícios, as possibilidades de crescimento eram pequenos. Mas o que Madame Catherine tem de pequeno, tem de exclusivo. Apenas pessoas ricas estudam lá, não existe bolsista nem desconto, lá, ou você tem, ou você não entra. Simples assim.
Eu nunca me encantei muito por esta universidade em particular, mas Senhora Lorene – ou se preferir, tataraneta de Madame Catherine, fundadora da universidade da qual estudo – foi uma das clientes de meu pai, quando ele ainda era gerente de banco, aparentemente eles construíram certa amizade, amizade forte o suficiente para que meu pai me jogasse para a universidade da qual ela é diretora atualmente, a universidade de sua família, que passa de geração a geração.

O fato de eu ter faltado as duas primeiras aulas da semana não foi exatamente pela tristeza, é mais por culpa do fato de que eu odeio quase todo mundo por ali, é uma escola de riquinhos, de riquinhos insuportavelmente chatos, poucos se salvam, fora que ter aula na semana de natal é injusto, as férias terminariam bem no dia 24, impossibilitando a todos de viajarem para curtir o natal, não que eu vá curtir o natal desse ano, meu natal havia sido cancelado semana passada.


Quando cheguei tudo ocorreu como o esperado, pessoas me olhavam com cara de pena enquanto eu passava pelos corredores, mas hora e outra, alguma pessoa que se achava intima o suficiente aparecia para me dar os pêsames.


Assim que a professora de História da Moda entrou na grande sala, com exatos 65 alunos ela logo pediu os trabalhos, um texto de no mínimo duas folhas manuscrito, sobre a moda dos anos 60. Eu havia passado minha noite tentando fazer um bom trabalho, afinal de contas, esta era uma matéria que esta me deixando em risco de ser reprovada, Sra. Smith, é aquele tipo de professora que faz tudo o que pode para te ferrar, e ela já havia me ferrado bastante durante o ano.

Com o passar dos horários fiquei aliviada ao perceber que nenhum professor ou aluno quis tocar no assunto “Morte de Eddie Lovato”. Os olhares não se sessaram, mas com o tempo pararam de incomodar tanto, é apenas questão de ignorar. Eu repetia para mim toda hora.


_ Demi? – já estava saindo do prédio depois do dia exaustivo, mas quando reconheci a voz não hesitei em virar-me para trás e cumprimenta-la.
 _ Camilla. – falei e sorri. Camilla Belle, assim como eu, foi ‘jogada’ pelo seu pai nessa faculdade, sendo que o curso dela, jornalismo, é não é lá grandes coisas por aqui, no começo do ano quase tinha sido cancelado por falta de aluno.
_ Não pensei que você voltaria tão cedo. – falou.
_ Trabalhos. – resumi.
_ Ah, claro, os benditos trabalhos que marcam propositalmente perto das férias.
_ Pois é. – falei sem muito entusiasmo, nem era por culpa dela, mas o dia tinha sido meio cansativo, e eu estava sentindo falta da proteção da minha casa, das paredes do meu quarto, da minha cama.
_ Eu estava pensando em ir a sua casa, mas...
_ Você sempre será bem vinda. – falei, percebendo sua indecisão.
_ Eu sei, mas, talvez esse seja um momento da família.
_ Eu nem sei mais se ainda há uma família.
_ Oh Demi. – abraçou-me. _ Lara e as crianças devem estar arrasadas.
_ Lara quer mudar-se. – falei e ela soltou-me do abraço e olhou-me espantada.
_ Para muito longe? – perguntou claramente preocupada.
_ Para a casa de praia. – respondi.
_ Bom, pelo menos eu poderei te visitar de vez em quando. – sorriu fraco.
_ Eu não sei se eu vou.
_ Você pretende ficar aqui? Deixar eles?
_ Não sei. – suspirei. _ Podemos mudar de assunto?
_ Claro. – ela sorriu. Ela também estava incomodada com o assunto, não tanto quando eu, mas, incomodada.
_ E como está o Sam? – ela sorriu boba, como que ela ainda se nega a dizer que está apaixonada por ele?
_ Ele vai vir me buscar hoje, alias. – disse olhando para o relógio. _ Ele já está atrasado. – falou.
_ Como sempre. – ela riu e eu a acompanhei.
_ Você vai querer carona? – perguntou. _ Quando ele chegar.  – completou.
_ Não, Pablo já está me esperando. – falei, ela olhou para o outro lado da rua e percebeu o carro da família estacionado.
_ Ah, estou te atrapalhando não é?
_ Ah sim claro que você está. – rimos. _ Você nunca vai ser uma atrapalhação Camilla.
_ Awn sua linda. – sorriu. _ Mas vou te deixar ir, pois nada como um carro quentinho nesse frio. – falo.
_ Eu estou sentindo falta mesmo é da minha cama. – comentei.
_ Eu que o diga. – rimos. _ Depois do natal eu passo lá viu? – abraçou-me novamente.
_ Sem problemas. Vai ser ótimo ter aquelas noites de amiga novamente. – correspondi ao abraço.
_ Dessa vez só filme de comedia. – falou.
_ Fechado.


...


Se eu achava que iria voltar para casa, enganei-me, havia esquecido completamente que hoje seria o dia da leitura do testamento. Pablo levou-me diretamente para o escritório do advogado da família Harry Alder. Harry é um homem velho, com os cabelos totalmente branco, alto e bem magro, quase esquelético, sua figura é meio assustadora, mas a sua elegância, fora do comum, é hipnotizante, sempre bem vestido, coluna reta, voz na altura certa, nunca grita, nunca fala baixo demais, sempre autoritário, sério, nunca faz piadas e tem certa neura com horários, tudo sempre tem que ser pontual, atrase e se prepare para receber olhares reprovativos.
E sim, é esse exatamente esse olhar que eu estou recebendo agora.

_ Quero deixar claro que, quando esse testamento foi escrito pelo senhor Eddie Lovato, ele estava totalmente lucido e consciente física e psicologicamente. – disse, como se em algum momento meu pai tivesse ficado doido. _ Esse testamento é totalmente valido e é sua última palavra, suas vontades devem ser cumpridas assim como é especificado. – falou e abriu o envelope marrom em que se encontrava o testamento.
Era incrível, isso era tudo. O que estava ali é tudo o que meu pai construiu. Tudo o que nos resta de meu pai. Passamos nossa vida toda construindo e acumulando, para que? Para virarmos um pedaço de papel?
 _ Para meu único sobrinho, Nicholas Jerry Lovato, deixo minhas ações em mineração, da quais acredito que são lucrativas o suficiente para dar-lhe uma melhor condição de vida... – olhei para Nick e vi o quão ofensivas eram aquelas palavras ‘melhor condição de vida’ o irmão do meu pai não era rico, e não deixara muito para Nicholas, e com a profissão de fotografo, ele nunca pode se render ao luxo, mas ele sempre foi orgulhoso do que conquistou e lembro-me muito bem dele reclamar com Eddie sempre que meu pai falava que ele deveria se formar em algo que lhe pudesse render um emprego no banco, pois meu pai faria de tudo para coloca-lo no maior cargo possível, pois segundo ele ‘Nicholas tem uma péssima condição de vida’, sendo que Nicholas tem mais condições financeiras do que meu pai tinha no começo de vida. _ E que ainda poderão render-lhe bons lucros por muito tempo. Deixo também minha coleção de quadros, sei de sua paixão pela arte da pintura e fotografia, tenho grandes nomes em minha coleção, acredito que será de bom agrado ao seu gosto tão refinado, mas até que o meu, para tal arte. – pelo menos essa parte ele tinha acertado em cheio. _ Deixo também em sua responsabilidade cuidar de minha mulher e de meus filhos na minha ausência, sei que Lara é uma mulher forte e independente, mas ainda sim, prego pelo seu bem estar, e deixo em sua mão que ela sempre esteja bem. – finalizou. Todos ficaram em silêncio, Lara estava com os olhos mareados e Nicholas meio que sem reação, quadro? Ótimo. Ações? Fazer o quê? Ser o homem da família? Assustador. _ A Lauren Lovato, deixo uma poupança com cerca de 4 milhões de dólares, na qual, espero que seja gasto sabiamente, com estudo ou com urgências financeiras, das quais não creio que acontecerão, mas que não custa prevenir. Deixo a mesma quantidade a Lucas Lovato.  Deixo também, em nome dos meus três herdeiros, a escritura do apartamento em Nova Iorque e a casa da praia, em East Hampton. – finalizou-se a segunda parte. _ A Lara Lovato, deixo uma poupança de 20 milhões de dólares, e também lhe deixo minhas ações no mercado financeiro, sei que é arriscado, graças as crises econômicas que estão afetando ao mundo, mas acredito em sua recuperação sem que haja muitos danos. Deixo-lhe também as joias da família, muitas são de valores altíssimos no mercado, em caso de necessidade, leilões seriam muito lucrativos. Deixo-lhe também como comandante da família, responsável pelos empregados e da casa em si, lembrando que há uma conta especial para gastos como este, que atualmente acumula cerca de 200 mil dólares. – finalizou-se. _ Quero lembrar-te. – disse Harry, agora não lia o testamento. _ que este testamento foi feito há dois anos, os valores claramente estão reajustados e, graças a sua destreza nos negócios, estão maiores dos que os valores ditos nesse testamento. – e sem esperar por uma resposta – não que iria ter alguma – voltou a ler o testamento. _ A Demetria Lovato, deixo-lhe uma poupança de 3 milhões de dólares, creio que seja o suficiente para que termine seus estudos. Deixo-lhe também o meu cargo de proprietário majoritário do Banco WNNlive...
_ O QUE? – interrompi, olhei-o boquiaberta e ele simplesmente deu uma olhada do tipo ‘cala a boca e me deixa terminar de ler’. Todos me olhavam assustados também, como assim eu ser proprietária de um banco? Eu não sei nada de banco, mal sei tirar dinheiro no caixa sem pedir ajuda.
_ Sei que esta missão é bem complicada... – ignorou-me e retomou sua leitura. _ Pois vejo que Demetria não tem nenhum interesse em nada do banco, mas tenho para mim que ela tem o que acho necessário para ser uma boa banqueira, cabeça tão dura quanto a minha, uma intuição que quase nunca falha e bons amigos, amigos que, para minha sorte, tem algum conhecimento sobre como se funciona um banco, – amigos? Porque ele não colocou o nome do Logan logo? _ e que lhe ajudarão a seguir em frente, continuando o legado do banco e fazendo-o crescer mais ainda. – terminou. _ Quero lembrar-te, senhorita Demetria. – olhou-me irritadiço. _ que seu pai estava totalmente lucido e consciente de suas decisões, se quiser vender sua parte, é uma opção bem rentável, apesar de que seu pai há deixado claro que prefere que tome posição no banco e que o continue seu legado.


...


Saímos do escritório de Harry em silêncio, entramos no carro em silêncio, ficamos o caminho todo em silêncio. O silêncio só foi cortado quando chegamos, e vi as malas todas já dispostas na sala.
_ Lara? – deixei que Nicholas e meus irmão entrassem e fosse para outro lugar, deixando-me sozinha com Lara.
_ Eu espero que você já tenha feito as suas também Demetria. – disse, sem eu nem continuar a falar, ela já sabia o que eu iria dizer.
_ Você sabe que eu não vou.
_ Por causa da faculdade. Eu espero.
_ Não.
_ Você então vai continuar essa investigação?
_ Vou. – Lara parecia se segurar. _ Porque você não quer saber da verdade? Porque você se recusa a acreditar que meu pai não se matou.
_ Eu acredito em você ok? Eu não acho que seu pai se matou, eu só. – hesitou. _ Eu só quero que isso acabe. – sua voz saiu fraca. _ Descobrir quem matou seu pai não vai trazê-lo de volta!
_ Mas vai honrar o seu nome! – gritei.
_ Você quer honra-lo ou vinga-lo? – perguntou. Eu não soube responder, o que eu queria no final das contas, vingança? Honra? Qual é a grande diferença no final?
_ Eu quero justiça. – chutei.
_ Tem certeza que é só isso Demetria? – perguntou, mas antes que eu tentasse responder, continuou. _ Você não percebe Demetria? Que todos nós estamos nos perdendo? Perdemos seu pai, eu estou perdendo meus filhos. – suas lágrimas caiam, mas sua voz continuava firme. _ Eles vivem trancados no quarto, mal comem, falam que está tudo bem, mas eu vejo os olhos vermelhos e inchados de chorar e você, você colocou algo na cabeça, e esta se perdendo por causa disso. – falou. _ Eu não se já te perdi completamente, mas eu não vou perder meus filhos. Eu vou para casa de praia, e se você não quiser ir, não vá, fique e encontre o que você tanto quer, seja justiça, honra ou vingança, faça o que bem entender. – falou. _ Eu não te apoio agora, mas quando você quiser voltar a ser aquela menina que eu criei desde pequena, saiba que eu estarei te esperando, de braços abertos.

Continua

Eu sei que esse capítulo não ficou tão bom, mas levando em consideração que estou escrevendo ao invés de estudar, ele até não está tão ruim. Se tudo sair como o planejado, no próximo capítulo terá um momento fofo de Jemi. Comentem.
Bjssss


Kika: Fico feliz que tenha gostado, no próximo capítulo todos os suspeitos, pelo menos os encontrado por Joe, vão ser revelado, e provavelmente você terá mais ideia de quem suspeitar. Muito obrigada. Bjsss
Fabíola: Fique tranquila, pois serão poucos os capítulos narrados por Selena ou pelo Nick (sim, ainda terá capítulos narrados por ele), a maior parte mesmo será na visão da Demi e de Joe. Espero que você tenha gostado. Muito obrigada. Bjsss
Estela: Sem problemas Estela, comente quando quiser e se puder, como já disse, também estou com dificuldades em comentar nos blogs que costumava ler, pensei que ia conseguir fazer tudo nas férias, mas ainda ficou faltando alguns, prometo que sempre que tiver um tempo tentarei ler lá e comentar. Muito obrigada. Bjsss

Silvia: Não precisa de se desculpar, te entendo completamente, apesar de eu ainda receber comentários, tenho percebido um número cada vez menos também, não sei se é a fic ou se são os seguidores mesmo... Divulguei aqui, espero que dê algum resultado, pois tu merece. Muito obrigada. Bjsss.

domingo, 13 de julho de 2014

7. Não me solte – The Big Apple

 

Hoje completa um ano da morte de Cory, sem duvidas é uma perda que eu nunca superarei, mas me conformo em saber que, se existe um céu, ele estará lá, olhando por nós, pois ele agora não é só o nosso canadense grandão, baterista, atrapalhado, que não sabia dançar, hoje ele é nosso anjo.







Eu sempre tentei ser o mais perto de responsável e educada possível. Meus pais sempre se orgulharam em poder gabar para os outros pais o fato de que eu nunca cheguei bêbada em casa e que nunca os dei muito trabalho do tipo: passar a noite fora de casa, repetência, envolver-me com drogas... Eu nunca fiz isso me sentindo obrigada, na verdade eu sempre me senti bem em ser boa. Eu sou aquela menina que em todo encontro com amigos dos pais escuta aquela frase: “Continue assim, filha que honra pai sempre recebe muitas graças de Deus.”.
Meu maior pecado havia sido começar a namorar Jacob, ele não era realmente uma má pessoa, mas Joe nunca gostou dele, não posso dizer que minha mãe e meu pai eram a favor do nosso namoro, mas eles eram permissíveis na medida do possível.
O que irrita tanto a todos era o fato de ele ser lutador, apesar da maioria dos lutadores profissionais serem até pacíficos fora dos Ringues, Jacob sempre foi nervosinho, fora e dentro de uma luta. Falar com ele nem sempre era uma tarefa fácil.
No fundo entendo a preocupação de todos, eles tinham medo que um dia Jacob se descontrolasse e descontasse sua raiva em mim. Eu não posso te dizer que isso também não me assustava, muitas vezes eu ficava com medo quando discutíamos, mas Jacob nunca me atacou nem nada, ele sempre se controlou bem, ele sempre foi o mais delicado possível dentro natural brutalidade. No final das contas era apenas preocupação exagerada. Jacob era o melhor que tinha acontecido em minha vida, talvez ele fosse minha graça. Irônico, o meu presente de Deus é justamente o meu maior pecado.

Eu relia as ultimas mensagens que havíamos trocado, a hesitação dele em me responder minha última pergunta era uma afirmação para mim, ele não queria aceitar minha proposta, tudo teria que ser da sua maneira.

                “Nós já tínhamos falado sobre isso Selena” – respondeu-me por fim.
                “Eu sei.” “mas eu não quero passar o natal longe da minha família” – contrapus.
                “Você sabe que eu organizei tudo para irmos embora hoje”
                “Você pode ir, olhar tudo, ver se é como prometeram” – falei. “O natal é depois de amanhã, são só dois dias”.
                “Se você tiver desistido, tudo bem” – eu sabia que ele estava mentindo, ele queria isso mais que eu.
                “Claro que não, eu quero sim, eu só quero me despedir direito, não quero estragar o natal da minha família, você sabe como essa data é importante para nós”.
                “10 da noite, dia 26, eu vou estar te esperando na esquina, se você não aparecer, não terá outra oportunidade.” – apesar de eu saber que essa mensagem tinha sido enviada em um momento de raiva, e que provavelmente ele esmurrou a tela do celular para escrever essa mensagem, eu não pude deixar de sorrir, eu tinha conseguido o que eu queria no final das contas.

Sai do meu quarto e fui para a sala, eu vivi quase toda minha vida por estas paredes, bom, talvez quase toda seja um exagero, mas foram os melhores 6 anos da minha vida, nunca me dei muito bem em Londres, o lugar é lindo, mas sempre fui meio zero a esquerda, aos treze anos consegui acumular apenas uma amizade, que nem era uma amizade de verdade, eu era mais aquela garota que só é chamada quando não tem ninguém mais. Ainda me lembro de quando meu pai falou que viria para Nova Iorque, ele juntou toda família na nossa mesa, ainda me lembro de como todos ficavam apertados naquela casa geminada, todos estavam alegres, mas quando ele deu a notícia todos se silenciaram, foram minutos sem nenhuma palavra ser dita, todos estavam tristes, todos menos eu. Eu não sabia como seria em Nova Iorque, queria conhecer e tal, mas nunca sonhei em mudar para cá, porém, naquele momento, meu desespero por uma mudança era tão grande que eu aceitaria qualquer lugar que ele dissesse. Quando cheguei por aqui, a primeiro momento pensei que minha tormenta apenas tinha mudado de endereço, que tudo continuaria da mesma maneira, mas as pessoas começaram a se aproximar de mim, as vezes era para zoar meu sotaque, outras vezes era para saber como era Londres, no final acabei fazendo amizade e foi aí que descobri minha paixão por modelagem.
Quando comecei a sonhar em ser modelo, meus pais me apoiaram imediatamente. Todos pareceram bem animados no começo, mas aí todos os agentes sempre falavam alguma coisa: “Você tem que ser mais alta” “Você tem que emagrecer” “Seus dentes precisam estar mais brancos”. Foram dois anos complicados, fiz vários tratamentos para os dentes, me enfiem em todos os esportes que meu tempo deixava, e foi também quando fiquei neurótica pela minha alimentação, diminui a quantidade de tudo o que comia, não comia nada sem olhar as calorias, até que passei uma semana a base de água e chá, foi aí que meus pais bateram o pé e proibiram de continuar com meu sonho de modelagem, lembro-me de ter brigado e insistido em continuar, mas quando em uma as minhas aulas de vôlei eu desmaiei e fui parar no hospital, tomando soro na veia por dois dias e tendo psicólogos entrando em meu quarto e cogitando a ideia de me levar para uma clinica de reeducação alimentar, que percebi que talvez fosse melhor eu parar. Eu queria emagrecer e queria entrar no padrão que eles tanto queriam, eu não tinha problemas com comida, eu amo comer, eu sou capaz de comer uma pizza de 8 pedaços sozinha, eu estava sofrendo para sobreviver com tão pouco. Então eu parei com as dietas loucas, mas ser modelo nunca saiu da minha cabeça. Nem meus pais, nem meu irmão, sabem, mas eu já fiz alguns testes depois daquele acontecimento, eu até fui chamada a um deles, mas não fui por medo, mas agora, eu novamente tinha sido chamada para outra agencia, essa era uma muito melhor e a proposta era inacreditável, eu não podia perder mais essa oportunidade.

_ Sonhado acordada? – perguntou minha mãe. Eu sorri para ela.
_ Não, só estou olhando a casa. – ela olhou-me desconfiada.
_ Olhando a casa. – confirmou. _ Vou fazer Brownie. – falou.
_ Oba! Adoro Brownie. Quer ajuda? – perguntei.
_ Se você quiser lavar o que eu sujar. – falou rindo, fiz careta.
_ Acho melhor eu deixar quieto. - falei.
_ Qualquer coisa eu estarei na cozinha. – disse.
_ Tudo bem. – ela saiu logo e eu comecei a andar, não sei por quanto tempo ela estava lá, mas deve ter sido estranho me ver olhando que nem uma idiota para a parede. Mas era incrível, aquelas paredes tinham tanto para contar, após 6 anos no mesmo lugar eu não me importava mais com seus detalhes, mas agora parecia que tudo voltava a ser como vê-la pela primeira vez. Pequena casa e apenas um andar, com uma cozinha, uma sala, três quartos, um banheiro e uma lavanderia. Isso é tudo, nunca houve uma reforma, do jeito que entramos ela está. Os mesmo quartos com papeis de paredes em tons pastel, dos quais eu nunca gostei, mas acabei me acostumando, o mesmo piso de carpete, que hoje contem manchas aqui e ali, o mesmo jardim da frente pequeno e sem nada além de grama, a mesma cozinha apertada, a mesma sala com três janelas desnecessárias, deixando pouca parede para os moveis, a mesma garagem que cabe apenas dois carros, o que me impediu de comprar o meu, já que Joe é mais velho e tirou a carteira primeiro, o jardim pequeno que não tinha nenhuma decoração, sua cerca de arame era tão anti-privativa, que quase nunca íamos para o jardim. Era tudo tão simples, mas tão meu.
Quando percebi, eu novamente estava parada olhando tudo com certa nostalgia precipitada. Eu estava encostada na quina da parede que divide o corredor, que dá para o banheiro, os quartos e a lavanderia, da sala.

Eu já estava até preparada para ir à cozinha, (talvez ajudar a minha mãe não fosse uma má ideia) quando Joe entra estressado, batendo a porta e se jogando no sofá derrotado. Eu não sei qual era o novo caso que ele estava investigando, mas seja lá qual, o estava deixando louco.

_ Tenho autorização para saber sobre a investigação ou essa é uma daquelas tão secretas que nem mesmo eu posso saber. – falei me aproximando dele e sentando no sofá a seu lado.
_ É complicado. – falou.
_ Percebo. – Joe havia saído cedo, mal tinha tomado o café da manhã, e chegara só agora, já era quatro da tarde, ele deveria estar cansado e pela sua feição, também estava frustrado.
_ Eu estou com o caso da minha vida bem em minhas mãos, e tenho um empata pistas no meu pé. – falou.
_ E quem é esse empata pistas.
_ A pessoa que me contratou.
_ Homem ou mulher?
_ Mulher.
_ Fácil, seduz ela, não é isso que você faz com todas? – sugeri, eu sempre achei isso um nojo, mas eu já tinha me conformado, meu irmão era um pegador barato, sempre disposto a uma transa sem compromisso.
_ Ela é noiva. – respondeu.
_ E desde quando você tem essa ética?
_ Ela não é qualquer uma. – ok, eu estou realmente escutando isso?
_ Todas que um dia caíram em sua lábia estão se jogando no chão de inveja. – comentei e ele deu aquele riso safado que sempre dá.
_ Eu não tenho culpa se me amam.
_ Ah, então é isso, você encontrou uma que foi capaz de resistir ao seu charme. – conclui, talvez seja esse o seu estresse, perceber que algumas mulheres podem ser imunes ao seu charme.
_ O assunto é serio Selena. – falou. _ Eu estou em busca de um assassino. – olhou-me. Não havia nenhum tom de brincadeira em sua voz e nenhum sorrisinho safado em sua face.
_ Ela já procurou a polícia por acaso? – quem era ela para colocar meu irmão em busca de um assassino? E se meu irmão corresse perigo ao aceitar tal trabalho?
_ A polícia qualifica o caso como suicido, porém ela acredita que tenha sido um assassinato e quer que eu busque provas, o problema é que todos os suspeitos que eu achei são íntimos ou tem algum tipo de relação, mesmo que distante, dela, e ela não aceita nenhum nome. É como se eu estivesse andando rumo a direção certa, mas estivesse alguém me puxando para trás.
_ Legal.
_ Legal?
_ Diz para ela que não vai querer o caso. Você é detetive, mas nunca fez nada como caçar um assassino, e se ela está te atrapalhando assim é apenas um sinal, esse caso não é para você.
_ Você escutou a parte de que esse é o caso da minha vida?
_ Você escutou a parte de que você está atrás de um assassino? Pode ser perigoso, se matou um, nada impede que te mate também, Joe.
_ Selly, não pira.
_ Eu digo isso várias vezes para você quando se trata de eu ser modelo.
_ Mas você já viu a merda que deu da última vez.
_ E você já apanhou na rua de um marido que descobriu que foi você que o investigou para a mulher.
_ Eu não fui a um hospital por causa disso.
_ Foi sim.
_ Eu não fiquei dois dias internada.
_ Você ficou três dias.
_ Os médicos não queriam me internar em uma reabilitação.
_ Pois deveriam ter te mandado para o hospício. – cruzei meus braços, furiosa, porque ele sempre tinha que ganhar a discussão?
_ Nossa que ácida. – disse, me zoando, fazendo voz de menininha. Eu acabei rindo da sua imitação, se tinha uma coisa que não combinava com Joe era ser gay, sei lá, já estou tão acostumada com ele sendo um garanhão...
_ Você já foi menos ridículo.
_ Ui que louca. – falou, mexendo os braços, feito uma Drag Queen. Eu acabei gargalhando.
_ Sério Joe, isso não combina com você. – falei já sem ar.
_ Que Joe, sua louca. – deu-me um tapinha, cruzou sua perna e fez um biquinho. _ Meu nome é Joana.
_ Ok, agora isso ficou bem estranho. – falei, mas ri do mesmo jeito.
_ Ficou mesmo. – falou ele já se recompondo de maneira rápida.
_ Mas foi bem legal Joana.
_ Eu já voltei a ser o Joe. O Joseph. – deixou claro.
_ Você sempre será minha Joana.
_ Acho que não foi uma boa ideia. – falou claramente se arrependendo.
_ Claro que foi Joana. – continuei zoando.
_ Eu vou voltar a te chamar de Selineura. – falou, relembrando do apelido que ele me deu quando eu comecei a fazer minhas dietas malucas, naquela época eles ainda não tinham ideia do que ia acontecer, então foi tudo uma piada que acabou mal.
_ Por mim tudo bem Joana.
_ Tudo bem Selineura.
_ Tudo bem Joana. – ficamos em silêncio por um tempo, meio que rindo de nós mesmo, nem parecemos os mesmo que nos odiávamos a uns anos atrás.  _ Manda sua lista de suspeitos para ela, deixe que ela mesma leia, se ela não concordar pelo menos você não vai sair tão estressado.
_ Boa ideia Selineura.
_ Eu sei Joana.


...



Ah! O Brownie da minha mãe, acredite se quiser, a primeira vez que eu comi um Brownie na minha vida, foi em Nova Iorque, me apaixonei tanto que lembro-me de ter obrigado a minha mãe a aprender a fazer também, e sinceramente? Minha mãe tinha aprendido a fazer com perfeição.

_ Você já comprou o presente da mamãe? – sussurrou Joe ao meu lado, atrapalhando-me na minha viagem dos sabores ao delicia-me com o meu terceiro pedaço de Brownie.
_ Não. – falei de primeira, mas logo depois vi a gravidade. _ Eu não comprei. – arregalei os olhos.
_ Você podia comprar o meu também né? Eu te dou o dinheiro. – falou.
_ Somos péssimos filhos.
_ Nem me diga.
_ Eu nem sei o que comprar pra ela. – falei. _ Já dei tanta bolsa e roupa que nem mais cabe no armário dela.
_ Que tal mudar para sapatos? – perguntou sem muita confiança.
_ Dois sapatos? – perguntei, mamãe não era muito fã de sapato, então um já seria de bom grado.
_ Uma panela?
_ Você está querendo apanhar? – perguntei. _ Eu estou pronta para bater.
_ O que você sugere?
_ Sei lá, talvez um colar simples? Ou...
_ Ou?
_ Ok, eu dou um vestido e você um sapato?
_ Nada de colar?
_ Papai fica com as joias.
_ acha que ele vai acertar?
_ Não. – ele sempre erra. _mas você pode dar umas dicas.
_ E porque não você?
_ Porque eu já vou ter que sair no frio, com as ruas lotadas, para poder comprar os presentes.
_ Mas eu vou ter que pagar pelos presentes.
_ Só o seu. – falei orgulhosa.
_ E com qual dinheiro você vai pagar o seu? Você não trabalha.
_ Eu tenho minhas economias.
_ E como você conseguiu essas economias? – perguntou desconfiado. Eu consegui tirando fotos na seção ‘moda’ de uma revista para garotas adolescentes, do qual você é preconceituoso demais para se quer pensar em tocar, quando passar por uma banca de rua.
_ Todo aniversario eu ganho dinheiro de alguém, venho juntando desde o primeiro. – menti, sempre gastei tudo dois dias depois de ganhei. _ Agora dá para eu comer meu Brownie em paz? – perguntei.
_ À-vontade. – disse.



Já era noite, todos estavam sentados assistindo mais um episódio de The Voice, cada um torcendo pelo seu, todos empanturrados de brownie até o último fio de cabelo, ninguém falava nada, apenas havia o som da TV ligada.
_ Ah não! Não acredito que ele vai sair. – disse minha mãe desolada.
_ Mãe, alguém tem que sair. – disse Joe obvio.
_ Mas já tem tão poucos, podiam deixar ele.
_ O programa já acaba na próxima semana, e se dependesse de você todos os candidatos ainda estariam no programa.
Sinto meu celular vidrar.
                “Já deu o papel para seu pai assinar?” – era Jacob.
_ Você só esta assim porque você estava torcendo para ele. – disse Joe, se direcionando a meu pai, não sei que parte da conversa eu tinha perdido enquanto lia a mensagem.
_ Não era só eu que estava torcendo para ele, sua mãe também.
_ Mamãe torce para todo mundo...
               
“Ainda não.”
                “O cara que vai falsificar a assinatura vai vir amanhã cedo. Você tem que parar de enrolar” – respondeu sem pestanejar.
                “Eu sei, eu vou fazer isso.”
                “Desculpa te pressionar, mas ele vai vir aqui só pra isso, se não tiver nada para fazer vou perder a moral com ele.”
                “Eu sei.” “Mas tem certeza que vai dar certo?”.
                “Claro que vai, o documento que eu te mandei parece profissional e o cara sabe copiar uma assinatura que é uma beleza.”
                “Se formos pegos eu não quero nem pensar no que vai acontecer.”
                “Eu nunca fui pego Sel, e não vai ser agora que serei.”
                “Eu vou mandar ele assinar assim que eu estiver sozinha com ele.”
                “Tem certeza que você vai conseguir isso ainda hoje, não vai?”
_ Selena? – olhei para meu pai, que me chamava, todos olhavam para mim. _ Hey. – ele riu. _ Com quem você está conversando tão distraída. – com meu ex-namorado, que não é ex-namorado, planejando a minha fuga?
_ Com a Ana.
_ Ah, a Ana, acho tão lindo a amizade de vocês duas, manda um beijo para ela. – falou minha mãe feliz.
_ Claro.
                “Vou sim.” – respondi a ele.
                “Você está fazendo certo Selly, quando você estiver nas passarelas do mundo inteiro, você vai ver o quão orgulhosos eles estarão, nem vão lembrar-se disso.” – confortou-me.
_ Ela mandou outro para você. – minha mãe sorriu.
_ Combina com ela de vir aqui, já faz tempo que vocês não se encontram. – disse.
_ Nós vamos combinar sim. – falei.
                “Eu sei.” – respondi. Mas na verdade eu não sabia.


...


_ Pai, posso falar com o senhor? – perguntei timidamente, Joe e mamãe já estavam sem seus quartos, se preparando para dormir, meu pai já até estava de pijama, aqueles listrados, que quase todo velho tem.
_ Claro. – sorriu gentilmente. Meu pai nem sempre foi assim, um distribuidor de sorrisos, só depois que quase perdeu sua vida que ele ficou assim, feliz, valorizando cada momento que tinha, nunca pensei que um acontecimento tão triste pudesse fazer uma diferença tão grande em uma pessoa. _ O que quer? – perguntou.
_ Tem como o senhor assinar esse papel para mim? – perguntei, entregando-o o papel e a caneta, ele começou a ler a folha, e eu engoli o seco.
_ Você vai fazer moda? – perguntou. _ Nunca pensei que era isso que você queria.
_ Não é. – respondi e me arrependi logo depois, ele me olhou um pouco constrangido. _ Já que eu não posso modelar, pelo menos posso fazer roupas para as modelos. – falei, tentando sair do constrangimento.
_ Ah querida. – compadeceu-se. _ Você vai ver que é o melhor para você. – falou, encostou a folha na parede e a assinou-a. Antes de entregar-me a folha, novamente ele sorriu. _ Esse curso vai te fazer bem filha, quem sabe você gosta tanto que próximo ano resolve que vai fazer faculdade de moda?
_ E você iria gostar disso?
_ Claro que sim, eu deixaria você renovar meu armário inteiro. – disse e me abraçou.
_ Obrigada pai. – segurei meu choro ainda em seu abraço. Como eu sentiria falta deste abraço.
_ Obrigada por ser minha pequena. – disse ele. E aí eu não segurei. Comecei a chorar. _ Selena, você esta bem? – perguntou ele percebendo meu choro.
_ Eu estou bem. – falei. _ Por favor. – solucei. _ Não me solte.

Continua


Capítulo de hoje postado, amanhã minhas aulas voltam, então não sei quando voltarei a postar, já que essa primeira semana vai ser semana de prova e eu confesso que nem toquei nos meus cadernos nessas férias... Estão assistindo o jogo de hoje? Para quem estão torcendo?
Comentam/avaliem
Bjssss


Carine: Mais um capítulo na visão dela, e aí? Gostou? No próximo capítulo terá mais suspeitos, quem sabe você desconfie de mais alguém... Muito obrigada por comentar. Bjsss
Kika: Vou postar sim, você já tem apostas? Próximo capítulo aparecerão novos suspeitos... Muito obrigada por comentar. Bjsss
Fabíola: kkkkkkkk pois é, Demi cabeça dura, mas deve estar sendo difícil para ela, pois a maioria dos suspeitos são pessoas que ela estima.... Mas quem sabe ela dá uma chance? Posso dizer que Joe não vai deixar ela desistir tão fácil assim não. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Diana: Te entendo completamente, eu também estou assim, pode perceber que estou comentando muito menos no seu blog, quase nunca apareço, mas eu vou sempre tentar aparecer lá. Muito obrigada por comentar. Bjsss